terça-feira, 30 de julho de 2013



"Um beijo não acontece sempre, porque um beijo é algo muito perto do milagre, e milagres demoram para se alcançar. Porque não basta fazer promessa, primeiro se deve acreditar, e isso é fé. O beijo é parecido, porque não é só um lábio no outro, duas línguas se tocando, mas sim quando esse encontro acontece e então a gente sente como se todas as estrelas do céu da nossa boca estivessem caindo e derretendo em nossa garganta. Beijos-milagres-estrelas são como aquelas cadentes que a gente vê raras vezes e que se pode fazer um pedido (os milagres que desejamos) enquanto dura o pequeno espaço de sua existência." (Cáh Morandi)


segunda-feira, 29 de julho de 2013



"Deus, eu sei que tu me ouves. A madrugada inteira ficou me cutucando, muito espaço para a saudade se estender. Levantei incomodada, arrumei os lençóis, abri a porta da varanda, tentei dormir, mas era impossível. Deus, minha cama é muito grande e não tem ninguém aqui para ocupar tanto espaço, o que fica espalhado são pedaços de passado e expectativas de futuro. Só um lado da cama acorda desfeito, e não o meu, porque tenho deitado imóvel: são minhas mãos sonolentas e esperançosas buscando algum vestígio, agarrando-se ao que não há. Deus, só diminua a minha cama para que nenhuma lembrança vá querer dormir comigo. E só quando der ou se puder, alguém para dormir e caminhar junto." (Cáh Morandi)


sábado, 27 de julho de 2013



Chega uma hora em que você entende que o que as pessoas falam, é só o que elas falam, e não o que você é.
Não atinge, não incomoda, não ofende.
Porque você só se culpa, se sua consciência permitir.E se ela está tranquila, qualquer tipo de ataque alheio é o mesmo que nada.
Aí você aprende que cada um oferece o que tem. E você para de revidar, de se preocupar, de se abalar com julgamento de quem vive de mal com a vida.
Você percebe que atrai o que transmite, e passa a usar seu tempo só com quem te faz bem. E aí, fica em paz.

Porque a gente ganha uma briga, quando 'foge' dela. (Karla Tabalipa)



terça-feira, 16 de julho de 2013



"Eu, visto pelo outro, nem sempre sou eu mesmo. Ou porque sou projetado melhor do que sou, ou porque projetado pior. Não quero nenhum dos dois. Eu sei quem eu sou. Os outros me imaginam..." (Pe. Fábio de Melo)


quinta-feira, 11 de julho de 2013



“Sempre fui de me doar. Ouvia, ajudava, consolava, me importava. E não foram poucas as vezes que, mesmo em segredo, eu deixava de pensar na minha vida pra ajudar os outros. Em segredo, explico, porque não acho que preciso de medalhas, prêmios ou troféus. Se eu faço, é de coração, sem esperar reconhecimento do outro. Mas, perdão, eu sou humana e sinto. O mínimo que a gente espera é gratidão. Aprendi que ela nem sempre aparece. Aprendi que às vezes as pessoas acham que o que a gente faz é pouco. Por tanto aprendizado, acabei descobrindo que é melhor eu cuidar mais da minha vida e menos da dos outros. Não quero morrer santa, quero morrer feliz. Então, a rebelião. Como assim? Onde ela está? Por que sumiu? Ai, meu Deus, como mudou. Não, eu continuo a mesma. Só que até o mesmo se transforma. E percebe que, guarde isso, ninguém vai andar ao seu lado. A gente aprende a caminhar sozinho, pode até ter o auxílio de alguma mão, um apoio, mas os passos são dados por você. No meio do caminho, entre acontecimentos, atalhos e força, você percebe que precisa abrir uma brecha para a fragilidade se instalar. E que chorar alivia a alma. Mais do que isso: abrindo a janela pra fragilidade é que você descobre o quanto de força ainda resta para seguir em frente.” (Clarissa Corrêa)






quinta-feira, 4 de julho de 2013

Hoje não.



Eu sei, ando sumida... já faz algum tempo que não publico nada "meu" aqui. Embora cada mensagem publicada seja escolhida do fundo do coração. Não exatamente o que penso naquele momento, mas são coisas que eu realmente acredito.
Por que não escrevo mais? Não sei. Ou sei. Talvez porque fico tentando não sentir. Porque minha vida inteira foi uma fuga dos meus sentimentos. Afinal o que importa meus medos, angústias e dúvidas? Sempre houve alguém que precisava dos meus cuidados, sempre houve algo mais importante do que o que eu sentia... Sempre achei que um dia tudo ia se resolver. Se eu fosse uma boa menina, um dia tudo ia dar certo.
Mas quando meu mundo desabou e fiquei sem chão, descobri que ele não para para que você melhore. Quando me vi destroçada por uma dor que achei não existir, descobri que tinha que colar meus pedaços sozinha... e descobri também que, por mais que você deseje com todas as suas forças, ninguém morre de tristeza. E eu não tive outra opção a não ser levantar, juntar os cacos e seguir em frente. Meio desnorteada, meio perdida e completamente sem esperança.
Acho que por isso não escrevi mais... porque quando acho que as coisas estão se ajeitando, tem sempre alguém pra me lembrar de tudo de novo. Tem sempre alguém pra me mostrar que estou só e, mesmo que eu faça tudo certo, ainda assim, farei tudo errado.
Não importa quantas vezes eu tente colar meu coração, há sempre alguém que me prova que pode quebrá-lo em pedaços cada vez menores e não acho que exista cola no mundo que possa recompô-lo outra vez. Não, não estou falando de amor, ou ao menos não daquele amor romântico, daquele que acontece entre homens e mulheres desde o início dos tempos. Não, definitivamente esse tipo de amor não é pra mim. Mas estou falando do amor que deveria haver entre todas as criaturas, o amor universal. Eu sempre achei que o amor podia mudar o mundo, mas essa é só minha visão boba e romântica da vida.
Entendeu agora porque nunca mais escrevi? Porque não queria dividir com vocês esse abismo que trago no peito, pois descobri que não é a morte que nos tira a vida, é a falta de esperança que nos faz morrer um pouco a cada dia.
Não, não me julgue, nem tenha pena de mim. Amanhã tudo estará bem. Amanhã vou por um sorriso no rosto e tudo haverá passado, quer dizer, não tudo, mas essa tristeza infinita sim. Hoje não. Hoje eu posso ficar triste, porque eu quero. Porque minha vida inteira eu tive que fingir que não doía. Agora não preciso mais. E se você não aguenta essa enxurrada de tristeza, tudo bem. Volte amanhã. Amanhã eu te darei o meu melhor sorriso. Mas hoje não.